sexta-feira, 4 de maio de 2012

boca

Minha boca é olho. 
Dela vejo os deslizes dos minutos,
e as descobertas mais desejadas.

Cada 
poro
nela
pulsa.

E por ela expulso.

É na boca que repousa o pescoço,
e descansa o grito que empunha meu corpo como espada.

É dentro dela
que com a língua envolvo a lembrança
e transformo em memória.

Mastigo a carne do tempo,
cuspo o movimento,
sou céu e saliva. 


(Maíra Guedes)






Itabuna-Ba, 04 de maio de 2012