Tenho o mar atravessado em minhas costas e uma bola de fogo na cabeça. O mesmo fogo de que é feito o chão da terra. Minha língua é de barro vermelho e molhado. Nascida em dezembro, sou eu meu cavalo.
Estou grávida de caminhos,
vou parir fogueiras,
amamentar pela boca.
Entre língua e saliva
fazer mangue a gosto.
Morrer é tão distante...
e o vulcão do meu estômago
nunca dorme.