quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Da janela

A pele dela era seca. Quase pálida. Na varanda penteava os cabelos devagar. Leve, bem leve o passear dos cabelos nos ombros. Os olhos túrgidos, como se a sua frente estivesse deitada a tristeza. Eu a contemplava devagar, como quem ouve sonata ao pé do piano. Linda.
Era como ver a melancolia sóbria dançar à luz fraca da varanda. Linda dor. Seca. Quase pálida.

8 comentários:

Raiça Bomfim disse...

Nossa. Que lindo. Que lindo.

doispontospontocom disse...

Conto de fadas. Quem disse que os contos de fadas são para as crianças? Proibiram sartre quando criança de ler livros infantis porque ele fingia ler livros aos dois anos para ouvir conversas dos familiares. Ele escreve em "As palavras" o encanto de ler seu primeiro livro dito infantil. Viva sua literatura mamá... eu amo.

Anônimo disse...

A imaginação em forma de mulher.

Iza disse...

Muito bom. Muitos adjetivos(o que pode não ser tão bom). Mas gostei da maneira como
foram usados por você, seja quando contrasta(leve e túrgido) ou quando os utiliza para
se referir a substantivos diferentes(pele[substantivo] seca, quase pálida e dor[substantivo abstrato]
seca, quase pálida). É uma boa sacada...

O texto soa cinza - do começo ao fim...

(Dá pra ser usado em romance, rs, guarde!)

Beijíssimos,
Iza.

Gilvan Reis. disse...

realmente uma cena de romance. Se Alencar estivesse vivo estaria com inveja!! beijos!

Ramon de Alencar disse...

...
-Evocou-me uma rosa. Linda e aromática, estas palavras...

Gilvan Reis disse...

quero mais coisas no blog. já

Anônimo disse...

nossa minha neguinha... amei seu poema... quase o q eu gosto de escrever... mas diferente.. bem diferente do q vc costumava me dizer...
to com muita saudade de tc com vc... aparece algum dia por favor...
beijinhos...
Igor Arcanjo