Era perversa a tal da dona,
vinha de tempo frio em tempo frio,
casaco grande
para cobrir os grandes seios.
Contam que quando pequena
cometia pequenos delitos,
depois de crescida
devorava homens vivos.
Jamais deixou restos.
Quando satisfeita
lambia os longos dedos.
Bebia aos bocados
pra sentir queimar o vento.
Contam que quando pequena
vivia com as vergonhas expostas,
depois de crescida
não deixava pedaços de fora,
só viam seus ardores
os homens que comia.
Certo dia, as viúvas da cidade,
armadas com pedra e sabão
raptaram a tal da dona;
cuspiram em suas vergonhas,
queimaram seus grandes seios.
Eram perversas aquelas donas,
não sabiam comer uma mulher.
Ilustração "Rocho" de Vânia Medeiros
11 comentários:
Que pena que elas não sabia comer mulheres... Mas brincadeira à parte, intrigante a histórinha... BJO.
Num mundo em que é a fome que governa (seja fome de comida, de poder, de gol, etc), nada melhor do que a fome de amor, né não?
Ass: Poeta de barriga roncando... ;)
Tristes Donas não sabem amar...
Muito bom neguinha, muito , muito mesmo!
Má, geralmente essas donas são más mesmo... não sabem se comer, quem dirás a outra mulher... o que importa é que ela vivia do jeito que ela gostava.. ou vive sei lá... beijos e se cuidaa
rafic
me lembra uma mulher de garcia márquez ou de isabel allende! mas tem cores de frida
:D
boa, mamá, boa!
Lembro que por esses dias, escrevi algo que me lembrava muito você:
MATER CARMEM
era uma madama enorme,
dadivosa e alegre, diriam,
mas de apetite medonho.
sem culpa nenhuma e sem
dono, lançava-se às ruas
com arroubo
e ai de quem, belo e louco,
cruzasse por frente de si.
ai, que maldades fazia
aos niños...
para a bruxa, arreios não houve.
cumprindo seus ritos
noite a noite,
castelhanava os lares, vampira,
gargalhando e feliz.
deixou filho e família,
entregando-se generosamente
à vida, a meretriz.
dela trago a sina e a lição
restante, peno gota a gota
seu suor errante.
e atenta ao que revela-se
em fatos, por ela suplico perdão
e agradeço.
se choro pesares herdados,
se em abismos e estrelas quedei,
tampouco me queixo, minha santa,
compreendo tua lei.
que seu doce enlevo e malícia,
sua delícia e desejos,
esses- graças, meu deus-
maravilhosamente
iguais são meus.
Agora te leio assim, de ventre exposto, sem-vergonha. É realmente fantástico saber-te minha amiga, tão mulher.
Te amo.
muito very good, Maíra.
Muito bom poema :D
Engraçado em outro blog alguem falou de uma mulher que esmagava borboletas... muito lindo. Seguirei. Visite meu espelho.
Ah lá nos meus seguidores procure o blog do Alfa, de lá saiu a histporia da mulher que esmagou borboletas.
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