domingo, 3 de abril de 2011

conselho

É tarde Maria.
Dobra as dores com carinho,
faz a trouxa e vai simbora.
Antes, pega as mais encardidas e lava no punho,
com o cuidado que só merecem as coisas de amor.
Adianta o passo que elas pesam mesmo limpas,
dor tem peso de tempo Maria,
enverga o peito.

Não pára.
Aqui é quente e sem sabor.

Quando for a hora
larga a trouxa no mar,
dor gosta d'água Maria,

não precisa morar na gente.


(Sugestão de trilha para ler o poema "La Valse d'Amelie" no piano - http://www.youtube.com/watch?v=4Z2ljWwIaHs )

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