Minha boca é olho.
Dela vejo os deslizes dos minutos,
e as descobertas mais desejadas.
Cada
poro
nela
pulsa.
E por ela expulso.
É na boca que repousa o pescoço,
e descansa o grito que empunha meu corpo como espada.
É dentro dela
que com a língua envolvo a lembrança
e transformo em memória.
Mastigo a carne do tempo,
cuspo o movimento,
sou céu e saliva.
(Maíra Guedes)
Itabuna-Ba, 04 de maio de 2012


