Rio vermelhando os dias
trago a rua atravessada na garganta.
Seus ladrilhos, pedras, sufocos
explodem por debaixo da pele.
No açoite da noite
um gosto-corpo aflora na língua.
Labareda viva
dentro d'água ainda
incendeia os dias,
engorda o verso.
Madrugada é afluente dos afetos.
ilustração: Vânia Medeiros
http://www.flickr.com/photos/vania_medeiros/

Um comentário:
Oi querida,
Este seu poema é belíssimo, de uma sensibilidade concreta: gosto-corpo.
Não abandone o verso.
Beijo,
J.
Postar um comentário