domingo, 15 de setembro de 2013

Rio Vermelho





Rio vermelhando os dias
trago a rua atravessada na garganta.

Seus ladrilhos, pedras, sufocos
explodem por debaixo da pele.

No açoite da noite
um gosto-corpo aflora na língua.

Labareda viva
dentro d'água ainda
incendeia os dias,
engorda o verso.


Madrugada é afluente dos afetos.



ilustração: Vânia Medeiros
http://www.flickr.com/photos/vania_medeiros/



Um comentário:

Jonathan Constantino disse...

Oi querida,
Este seu poema é belíssimo, de uma sensibilidade concreta: gosto-corpo.
Não abandone o verso.
Beijo,
J.