Meu corpo, fábrica de vento,
sob a luz de Tempo
foi parido na beleza preta das mãosde minha Mãe. Na imensidão da memória, navalha recosturando o fio comido
pela dominação. Das mãos de minha mãe escorrego para a cura ancestral, resguardo. Ato de guardar-se dentro, proteção do nascimento, silêncio de Orixá morando em mim ORIpotência a beleza preta das mãos de minha mãe Darabi.
Para Mãe Darabi (Alba Cristina Soares),
de sua filha Oyá Inuféfé (Maíra Guedes) outono de 2018.
ilustração: "Ori", de André Hora.
