sábado, 15 de setembro de 2018

I - Nascer


Meu corpo, fábrica de vento,
sob a luz de Tempo foi parido na beleza preta das mãos
de minha Mãe. Na imensidão da memória, navalha recosturando o fio comido
pela dominação. Das mãos de minha mãe escorrego para a cura ancestral, resguardo. Ato de guardar-se dentro, proteção do nascimento, silêncio de Orixá morando em mim ORIpotência a beleza preta das mãos de minha mãe Darabi.




Para Mãe Darabi (Alba Cristina Soares),
de sua filha Oyá Inuféfé (Maíra Guedes) outono de 2018.


ilustração: "Ori", de André Hora.

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