quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

será?

Será que teu cheiro invadirá fevereiro,
como tua poesia as minhas manhãs?

Será que tuas mãos me amolecem ligeiro,
como amoleceu teu verso,
meu coração cabreiro
em falar de amor?

E teus olhos? Conseguirão ser
como tua palavra cachoeira,
tromba d'água inteira,
tipo sonho de verão?

E quando eu me despir imensa...
e tu me descobrir vento-pedreira,
... ainda assim ficará?

Não sei...
Verso balança, inebria os sentidos.
Abro os olhos pra não escorregar,
e te vejo a me dizer no ouvido,
que teu verso é afago doce,
carinho sereno,
que levantou ontem mesmo
pra me inundar.




(Maíra, 13.02.2020)

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