sábado, 19 de fevereiro de 2022


Criar é exercício de se aumentar para o sentir,

em expansão reentrante, deslinear.

Assumir as veias, o pulmão,

o coração como habitat.

É recuperar o sensível, o tino, a intuição.

A sagacidade da prontidão.

Alargar a memória,

dançar a memória,

mover-se mistério.

É recuperar-se líquida, evocando em movimento

o poder de correr entre as pedras, e minar,

todo esbranquiçamento patriarcal aniquilador.

É virar

olho d'água,

expansão de mar,

baía aberta dos pés a cabeça.



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