Poesia derramada,
Cambalhota em descarrilho,
Saudade em estribilho.
Parceria nessa estrada
Cada um pôe um ladrilho.
E a Estrela descobre o brilho
da canção desenfreada.
E um moço lá distante
Vem alegre e cantante
pra contar a novidade,
Que é de verso que se vive
Nesse mundo de saudade.
Sem saber que, na verdade,
lá distante é aqui do lado,
e a distância é só poeira
e a certeza que me invade
é a de um mundo já rimado
comandando a brincadeira.
E a gente dança ciranda,
e canta poesia,e cata alegria
sem nunca cansar.
E a gente pula fogueira
e roda pião,escreve a canção
de menina ninar.
Menina, dorme tranqüila
O Amor não tem fila, e a luz que cintila
É o mesmo luar.
Menina, a lua não mente
Clareia contente a vida da gente
Se a gente deixar.
(Rodrigo Sestrem e Maíra Guedes - agosto/setembro de 2008)
Tenho o mar atravessado em minhas costas e uma bola de fogo na cabeça. O mesmo fogo de que é feito o chão da terra. Minha língua é de barro vermelho e molhado. Nascida em dezembro, sou eu meu cavalo.
sábado, 6 de setembro de 2008
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
quintal
Medo de quando as palavras escorregam,
e a gente não vê os raiozinhos de sol por detrás dos fios de cabelo,
e não ver é como se o Sol não existisse.
E se ele não existe não tem dia pra passarinho cantar,
nem praia pra brincar de castelinho de areia,
e a gente nem vê se tem carambola no pé.
Só com lanterna.
E amor com lanterna é frio,
precisa de pilha, e aquelas coisas de invenção chata.
Quase suco de manga com açúcar mascavo.
Amarga o peito.
É dia pra sempre envelhecido.
(outono de 2008)
e a gente não vê os raiozinhos de sol por detrás dos fios de cabelo,
e não ver é como se o Sol não existisse.
E se ele não existe não tem dia pra passarinho cantar,
nem praia pra brincar de castelinho de areia,
e a gente nem vê se tem carambola no pé.
Só com lanterna.
E amor com lanterna é frio,
precisa de pilha, e aquelas coisas de invenção chata.
Quase suco de manga com açúcar mascavo.
Amarga o peito.
É dia pra sempre envelhecido.
(outono de 2008)
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
paranós
Nascida em alambique,
embriagada como um soneto.
Quando criança amolava as facas da vizinhança
depois ia brincar com as formigas.
Gostava dos vestidos de retalhos.
Aprendeu a tecer, bordar, rendar.
Depois de crescida derramou café quente nas anáguas.
Foi confusão de não caber em janelas curiosas.
Dia desses fugiu,
faca na mão, bordado na outra.
Embriagada de nascença,
com o vestido agora livre,
no deleite do soneto que a vontade espalhava.
( é de agosto de 2008, mas inventei de ler coisas antigas, e a gente no presente quase sempre se acha melhor que o a gente do passado, então agora é de agosto de 2011)
embriagada como um soneto.
Quando criança amolava as facas da vizinhança
depois ia brincar com as formigas.
Gostava dos vestidos de retalhos.
Aprendeu a tecer, bordar, rendar.
Depois de crescida derramou café quente nas anáguas.
Foi confusão de não caber em janelas curiosas.
Dia desses fugiu,
faca na mão, bordado na outra.
Embriagada de nascença,
com o vestido agora livre,
no deleite do soneto que a vontade espalhava.
( é de agosto de 2008, mas inventei de ler coisas antigas, e a gente no presente quase sempre se acha melhor que o a gente do passado, então agora é de agosto de 2011)
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