quarta-feira, 15 de outubro de 2008

sede

Bebe-me aos poucos,
como a sede dos que sangram,
com a vontade dos que esperam.
Que de cá te desejo sem metades.
Pulso em sede,
tempestuosa sede.
E que ela seja nua.
Que seja de silêncio,
Que seja verso em madrugada.
Que não seja de verdades.
Que seja de saudade, colorida saudade.
Que venha de corpos amantes.
Que tenha a cor dos amados.
Que tenha som de sorriso secreto,
e de vento assombrado.
Que seja sede.
Que seja falta.
Que seja alta.
Que seja rede,varanda.
Seja saliva, corpo, bom-dia,
canção, língua, poesia.
Que seja sede que não míngua em lua,
mas cativa quando morta,
afogada em água.

Um comentário:

Anônimo disse...

Coisa boa, ler os versos dessa menina!
Que sejas sempre poesia!